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A fé de Abraão: Compreendendo o dízimo antes da entrega da lei. Genesis 14:20

E Abrão deu a Melquisedeque o dízimo de tudo. (Gênesis 14:20).

Perícope: Gênesis 14:1-24

 

 

Pano de Fundo

Após a vitória em batalha, Abrão encontra Melquisedeque, sacerdote do Deus Altíssimo. Em reconhecimento à bênção recebida e à autoridade espiritual de Melquisedeque, Abrão dá o dízimo do despojo. Esse ato transcende a prática cultural, simbolizando confiança e reverência a Deus. Essa entrega revela que a prática do dízimo ocorria bem antes do estabelecimento da Lei por Moisés em Israel e destaca a importância de reconhecer a Deus como provedor e soberano em todos os aspectos da vida.

 

 

Reflexão

Dízimo, uma palavra que, para muitos, carrega significado especial e, para outros, suscita questionamentos. O que é o dízimo? Em sua essência, é a décima parte de algo. Na tradição bíblica, refere-se especificamente à décima parte da renda ou do produto que se devolve a Deus em gratidão por tudo o que Ele nos proporcionou.

A prática do dízimo em Israel era uma maneira de o povo demonstrar gratidão a Deus, ajudando assim no sustento dos levitas, na manutenção do templo e no cuidado dos menos afortunados. Mas um fato curioso e revelador é que o dízimo, como prática, não começou com a lei mosaica, que foi dada somente 430 anos depois do encontro de Abraão com Melquisedeque. Vemos em Gênesis que Abrão, muito antes da instituição da lei por Moisés, entregou a Melquisedeque o dízimo de tudo (Gênesis 14:20). Este ato simbólico de Abrão nos mostra que o dízimo é uma expressão de coração e fidelidade ao Senhor, em gratidão pela graça sustentadora de Deus, e não apenas um mandamento legal. É uma resposta de gratidão e reconhecimento do cuidado divino.

A devolução do dízimo é uma dádiva. Não é uma transação financeira, mas uma expressão de fé e confiança em Deus. Jesus, ao falar sobre o dízimo, reforçou sua importância. Ele destacou que, enquanto o dízimo é essencial, ele não deve ofuscar as maiores virtudes do reino de Deus: justiça, misericórdia e amor (Mateus 23:23). O ato de dizimar não deve ser meramente ritualístico, mas sim, um gesto que emana de um coração repleto de amor e gratidão.

Hoje, o dízimo continua a ter implicações profundas. Em um mundo materialista, onde o dinheiro muitas vezes assume um papel central, o dízimo é um lembrete constante de que nossa verdadeira segurança não está em posses, mas em Deus. Quando dizimamos, declaramos que reconhecemos que toda boa dádiva vem dEle. Reconhecemos que Ele é a fonte de nosso sustento, graça e provisão.

Dizimar é, acima de tudo, um ato de adoração. É um reflexo externo de um coração interno que ama a Deus e confia nEle. Ao entregar parte de nossos ganhos, estamos, na verdade, entregando parte de nós mesmos, reconhecendo que pertencemos inteiramente a Deus e que somos gratos por tudo o que Ele faz por nós. Que possamos abraçar essa prática não como uma obrigação, mas como uma oportunidade de expressar nosso amor e gratidão ao nosso bom Pastor.

 

 

Perguntas para reflexão:

  1. Jesus enfatizou a importância do dízimo, mas também alertou sobre a necessidade de justiça, misericórdia e amor. Como podemos equilibrar a prática do dízimo com essas virtudes do reino de Deus em nossa vida (Mateus 23:23)?
  2. O dízimo é descrito como um ato de adoração e um reflexo externo de um coração que ama a Deus. Como podemos cultivar essa mentalidade de gratidão e adoração em nossa prática do dízimo?
  3. Você é fiel na devolução do dízimo? Depois de refletirmos nesse texto, seu pensamento permanece o mesmo?

 

Oração

Ore para que o nosso ato de dizimar seja sempre um reflexo de um coração verdadeiramente grato. Que possamos reconhecer todas as bênçãos que recebemos de Deus e devolver uma parte em fidelidade, agradecimento e adoração.

Ore para que Deus nos livre da idolatria do materialismo e nos ajude a colocar nossa confiança nEle, e não em nossas posses.

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