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O livro de Rute é uma narrativa breve, porém profundamente tocante, situada no contexto do Antigo Testamento. Essa história transcende o tempo e a cultura ao explorar temas universais como amor, lealdade, providência, redenção e a integração de estrangeiros na comunidade de fé. Apesar de ser um dos livros mais curtos da Bíblia, Rute oferece insights valiosos sobre a natureza de Deus e o plano redentor que se desenrola através das gerações.

 

 

Contexto Histórico e Cultural

O livro é ambientado na época dos juízes, um período caracterizado por instabilidade política e moral em Israel. É uma época de “cada um fazia o que achava mais reto” (Juízes 21:25), marcada por ciclos de apostasia, opressão, arrependimento e libertação. Contra esse pano de fundo de turbulência, a história de Rute emerge como um farol de fidelidade, bondade e restauração divina.

 

 

Estrutura e Conteúdo

Rute é dividido em quatro capítulos, cada um marcando uma etapa distinta na jornada de suas personagens principais:

 

  • Perda e Partida (Capítulo 1): A história começa com a fome em Belém, que leva Elimeleque, sua esposa Noemi e seus dois filhos a migrarem para Moabe. Após a morte de Elimeleque e seus filhos, Noemi decide retornar a Belém. Rute, sua nora moabita, escolhe acompanhá-la, demonstrando extraordinária lealdade e amor.

 

  • Rute e Boaz no Campo (Capítulo 2): Ao retornar a Belém, Rute vai colher espigas nos campos de Boaz, um parente rico de Elimeleque. Boaz demonstra bondade e proteção a Rute, refletindo os valores de generosidade e justiça prescritos pela Lei mosaica.

 

  • Rute na Eira (Capítulo 3): Seguindo o conselho de Noemi, Rute busca Boaz à noite na eira e solicita que ele atue como seu resgatador (goel), uma figura legal encarregada de preservar os direitos de uma família. Boaz aceita a responsabilidade, mas menciona a existência de um parente mais próximo que tem a primeira opção de redimir.

 

  • Redenção e Casamento (Capítulo 4): Boaz convoca os anciãos da cidade e o parente mais próximo para resolver a questão da redenção. Quando o parente recusa, Boaz assume oficialmente seu papel de resgatador, casando-se com Rute. O livro conclui com o nascimento de Obede, avô do rei Davi, inserindo Rute na linhagem messiânica.

 

 

Temas Principais

  • Lealdade e Amor: A dedicação de Rute a Noemi e sua disposição de deixar seu povo e sua terra natal são um testemunho poderoso de amor e lealdade. Da mesma forma, a bondade de Boaz para com Rute e Noemi reflete um compromisso com a justiça e a compaixão.

 

  • Providência Divina: A história de Rute destaca a mão invisível de Deus trabalhando nas circunstâncias da vida para cumprir seus propósitos redentores, mesmo através de eventos aparentemente triviais ou acidentais.

 

  • Redenção: O papel de Boaz como resgatador (goel) de Rute e Noemi prefigura a redenção final e mais abrangente realizada por Jesus Cristo, o Resgatador que redime a humanidade da escravidão do pecado.

 

  • Inclusão dos Gentios: A inclusão de Rute, uma moabita, na linhagem do rei Davi e, por extensão, na genealogia de Jesus, sublinha o tema bíblico da graça de Deus estendida a todas as nações.

 

 

 

DETALHES IMPORTANTES EM RUTE

O conceito de “resgatador” (goel, em hebraico) no livro de Rute é uma das imagens mais poderosas e prefigurativas do Antigo Testamento, apontando diretamente para a obra redentora de Jesus Cristo no Novo Testamento. No contexto de Rute, o resgatador é um parente próximo cuja responsabilidade é preservar os direitos da família, incluindo a redenção de terras vendidas, a provisão para viúvas e a garantia da continuidade da linhagem familiar. Boaz cumpre este papel por Rute e Noemi, agindo não apenas como um protetor e provedor, mas também como um agente de restauração e bênção.

 

 

Boaz como Resgatador

Boaz, ao aceitar seu papel como resgatador de Rute, demonstra não apenas fidelidade à lei mosaica, mas também um profundo senso de compaixão e justiça. Sua disposição em casar-se com Rute, uma viúva estrangeira, e sua prontidão em preservar o nome e a herança de Elimeleque, refletem o coração de Deus pela redenção e restauração. Boaz, portanto, serve como uma figura tipológica de Cristo, antecipando o verdadeiro Resgatador que redimiria a humanidade de uma maneira muito mais profunda e eterna.

 

 

Cristo, o Resgatador Final

Jesus Cristo é o cumprimento supremo do conceito de resgatador apresentado no Antigo Testamento. Enquanto Boaz redimiu Rute e Noemi de sua pobreza e desespero, Cristo redime toda a humanidade da escravidão do pecado e da morte. Através de sua morte e ressurreição, Jesus paga o preço definitivo, não com prata ou ouro, mas com seu próprio sangue, garantindo assim a redenção eterna para todos que nele creem. Cristo é o Resgatador que restaura nossa relação com Deus, nos trazendo para a família divina como filhos e filhas adotados e nos garantindo uma herança eterna.

 

 

Rute como Ascendente de Jesus

A inclusão de Rute, uma moabita, na genealogia de Jesus é significativa por várias razões. Primeiramente, demonstra a universalidade do plano de salvação de Deus, que se estende além das fronteiras étnicas e culturais de Israel para abraçar todas as nações. Além disso, a história de Rute destaca temas de fidelidade, redenção e providência divina, que encontram sua plenitude em Cristo. A presença de Rute na linhagem de Davi, e por extensão, na linhagem de Jesus, reforça a ideia de que Deus opera através da história humana de maneiras inesperadas e surpreendentes, preparando o caminho para a vinda do Messias.

A história de Rute, com seu foco na redenção e na inclusão, serve como um poderoso precursor dos temas centrais do evangelho. Ela nos lembra que, em Cristo, somos redimidos não apenas das consequências do pecado, mas somos também restaurados à plenitude da comunhão com Deus. Como descendentes espirituais de Cristo, somos convidados a participar na sua missão redentora, trazendo esperança e restauração a um mundo quebrado, assim como Boaz fez por Rute, e como Cristo faz por todos nós.

 

 

Conclusão

O livro de Rute é uma narrativa encantadora que entrelaça temas de amor, redenção e providência divina contra o pano de fundo da fidelidade humana. Ele oferece um vislumbre da graça inclusiva de Deus, preparando o cenário para a vinda do Messias e destacando o valor intrínseco da lealdade e da bondade em um mundo frequentemente marcado pela incerteza e pela injustiça.

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