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Em 722 a.C., as previsões feitas por profetas como Isaías, Oséias e Amós se concretizaram com a queda do reino de Israel, situado ao norte da Palestina. A invasão pelo impiedoso exército assírio resultou na destruição de Samaria, a capital, e na captura e exílio de seu povo para a Assíria. Esta trágica virada de eventos deixou a terra de Israel desolada, dominada pela natureza selvagem. Os israelitas encontraram-se em servidão sob um regime totalitário assírio, notório por sua brutalidade sem precedentes.

À medida que os anos avançavam, o Império Assírio atingiu o pico de seu domínio, subjugando muitas nações em seu vasto império. Contudo, a tentativa de invadir Judá em 703 a.C. pelo renomado general assírio Senaqueribe encontrou resistência. Ezequias, o devoto rei de Judá, buscou refúgio em oração no templo de Jerusalém, implorando a proteção divina. A resposta divina veio de forma devastadora, com um anjo do Senhor dizimando 185.000 soldados assírios em uma única noite, uma calamidade cuja natureza exata permanece um mistério. Após esse evento, Senaqueribe retirou-se para Nínive.

Cerca de cem anos após a devastação de Samaria, Judá, ainda sob ameaça assíria, recebeu consolo através do profeta Naum. Naum, cujo nome significa “consolação”, profetizou a destruição do Império Assírio, um vaticínio que parecia improvável na época, especialmente considerando o milagre divino que salvou Judá durante o reinado de Ezequias. Contra todas as expectativas, a Assíria, desgastada por suas conquistas contínuas, caiu perante a aliança de forças babilônias e medas em 612 a.C., com Nínive sendo incendiada e saqueada. Este evento reiterou a veracidade das profecias bíblicas, que se cumprem mesmo nas circunstâncias mais inesperadas.

Naum, de origem obscura, possivelmente vindo de uma cidade palestina desconhecida, ofereceu uma mensagem de fé e coragem ao povo de Judá. Seu livro, uma composição poética acrosticada, ousadamente intitulada “sentença contra Nínive”, revelou sua confiança num Deus que é o juiz moral supremo. Apesar da aparente demora em executar o juízo, o Deus que criou a natureza em sua majestosa força e beleza é também um refúgio para os justos e um terror para os opressores.

Este episódio, ilustrando a queda de Nínive, ecoa o triunfo da justiça divina sobre a tirania. A história de Naum ensina que nenhum poder terreno, por mais formidável que seja, pode prevalecer contra os decretos do Senhor. A destruição de Nínive, um símbolo de opressão e crueldade, foi celebrada por todos aqueles que haviam sofrido sob seu jugo. A profecia de Naum, assim como as de outros profetas menores, reforça a soberania de Deus entre as nações, assegurando que a justiça prevalecerá, um lembrete oportuno para todas as gerações diante da opressão e injustiça.

 

 

Data da Escrita

A data exata da escrita do livro de Naum é incerta, mas é geralmente situada no século VII a.C., após o período de influência assíria sobre o Reino de Israel e durante o declínio do império assírio. Nesse momento, Nínive estava no auge de seu poder, mas sua crueldade e opressão haviam despertado a ira de Deus.

Naum profetiza durante um período de grande inquietação política na região, quando as nações vizinhas buscavam liberdade do domínio assírio. Ele aproveita esse contexto para anunciar a queda iminente de Nínive e a justiça de Deus sobre os opressores de Israel.

 

 

O livro de Naum pode ser dividido em três partes principais:

1. Capítulos 1-2: Anúncio da Destruição de Nínive: Naum começa sua profecia anunciando a ira de Deus contra Nínive e descrevendo sua destruição iminente. Ele descreve vividamente a majestade e o poder de Deus, que é justo e paciente, mas também implacável com os ímpios. Nesses capítulos, Naum apresenta Nínive como uma cidade condenada, destinada à ruína por causa de sua violência e opressão.

2. Capítulo 3: Condenação da Crueldade de Nínive: Naum continua sua profecia condenando a crueldade e a impiedade de Nínive. Ele descreve a cidade como uma fonte de maldade e violência, que será despojada e humilhada diante de seus inimigos. Neste capítulo, Naum enfatiza a inevitabilidade da queda de Nínive e a justiça de Deus sobre os opressores.

3. Conclusão: Promessa de Consolação para Judá: Na conclusão do livro, Naum oferece palavras de consolação e esperança para o povo de Judá, que sofreu sob o domínio assírio. Ele profetiza sobre a libertação de Judá do jugo de Nínive e a restauração da paz e prosperidade sob o governo justo de Deus.

 

O livro de Naum aponta para a soberania e justiça de Deus sobre as nações, incluindo aquelas que se levantam contra Seu povo. Ele também prenuncia o cumprimento das profecias de julgamento divino, que encontram seu ápice na pessoa de Jesus Cristo. Como Naum profetiza sobre a queda de Nínive e a libertação de Judá, ele aponta para a redenção e salvação que são encontradas em Cristo, o verdadeiro libertador de Seu povo.

 

Em resumo, o livro de Naum é uma poderosa profecia contra a crueldade e a opressão, que destaca a justiça de Deus sobre os ímpios e oferece consolo e esperança para Seu povo. É um lembrete vívido do caráter soberano e justo de Deus, que é paciente em Sua ira, mas também implacável em Sua justiça.

 

 

Naum e Cristo

Embora a mensagem central de Naum se concentre no julgamento divino sobre Nínive, a capital do império Assírio, e na libertação de Judá, sua narrativa ecoa com ressonâncias do evangelho de Cristo, revelando aspectos do caráter de Deus que Jesus viria a manifestar de forma definitiva.

 

Justiça Divina e Misericórdia

Naum destaca a justiça de Deus no julgamento de Nínive por sua opressão e maldade. Este tema de justiça divina, tão central no livro de Naum, é também um aspecto fundamental da missão de Jesus. Cristo veio não apenas para revelar a misericórdia de Deus, mas também para cumprir a justiça divina, levando sobre si o peso do julgamento merecido pela humanidade. Em Cristo, vemos a justiça e a misericórdia de Deus se encontrarem de maneira perfeita, proporcionando salvação para todos que nele creem.

 

Libertação dos Oprimidos

Naum profetiza a queda de Nínive como um ato de libertação para os oprimidos. De maneira semelhante, o ministério de Jesus foi marcado por um compromisso com a libertação dos oprimidos — não apenas da opressão política ou social, mas da escravidão do pecado e da morte. Cristo proclamou liberdade aos cativos e estabeleceu um reino onde a justiça divina restaura e redime.

 

Soberania de Deus

O livro de Naum ressalta a soberania de Deus sobre as nações e a história humana. Jesus, como a encarnação de Deus, demonstrou essa soberania de forma única. Através de seus ensinamentos, milagres e, finalmente, através de sua morte e ressurreição, Jesus revelou o controle soberano de Deus sobre o mal, a morte e o pecado. Em Cristo, a soberania divina é vista como fonte de esperança e consolo para todos os que enfrentam opressão e injustiça.

 

A Promessa de Paz

Embora Naum anuncie o julgamento divino sobre Nínive, há também um subtexto de paz e segurança para o povo de Deus — uma promessa de que a violência e a opressão não terão a última palavra. Jesus é a personificação desta promessa, sendo ele próprio chamado de “Príncipe da Paz”. Por meio de sua obra redentora, Cristo inaugura um reino de paz que transcende as fronteiras políticas e culturais, oferecendo paz verdadeira e duradoura para o coração humano.

 

A mensagem de Naum sobre o julgamento e a soberania divina, embora ancorada em um contexto histórico específico, encontra sua expressão mais completa e universal em Jesus Cristo. Na pessoa de Cristo, vemos a justiça de Deus manifestada não apenas contra o pecado, mas também em favor da criação, trazendo redenção, libertação e paz. Assim, o livro de Naum, com seu foco na justiça divina e libertação, serve como um precursor temático do evangelho, destacando o poder e a promessa do reino de Deus inaugurado por Jesus Cristo. Este reino é marcado pela justiça perfeita, misericórdia abundante e uma paz que excede todo entendimento, convidando todos a participarem da redenção que ele oferece.

 

 

 

 

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