“Não tenham medo de mim. Por acaso sou Deus para castigá-los? Vocês pretendiam me fazer o mal, mas Deus planejou tudo para o bem. Continuarei a cuidar de vocês e de seus filhos”. (Gênesis 50:19-21)
Perícope: Gênesis 50:15-21
Pano de Fundo
Após a morte de Jacó, os irmãos de José ficaram preocupados com a possibilidade de retaliação por parte de José devido ao mal que haviam lhe causado. Eles conceberam um plano para se aproximarem de José e pedirem perdão. José, porém, respondeu com palavras de consolo e perdão, assegurando-lhes que não tinham motivo para temer, pois reconhecia que Deus havia usado suas ações para um propósito maior. José prometeu cuidar deles e de seus filhos, revelando a profunda transformação que havia ocorrido em seu coração desde os tempos de sua venda como escravo. Esse ato de perdão e reconciliação entre José e seus irmãos é um poderoso testemunho de como Deus pode redimir até mesmo as situações mais difíceis e usar o mal para cumprir Seus planos.
Reflexão
José, dotado de poder político, militar e financeiro, tinha todos os recursos para se vingar dos seus irmãos. No entanto, ele optou por trilhar um caminho diferente. Ao invés de buscar retaliação, ele enxergou a misteriosa providência de Deus conduzindo sua jornada. As lições deixadas por José sobre o perdão são inestimáveis.
Em primeiro lugar, José possuía a convicção de que não estava no lugar de Deus. Somente Ele é o verdadeiro vingador e o juiz justo. José compreendia que entregar sua causa nas mãos do justo juiz é o caminho mais saudável certo (Salmo 7:11; Romanos 12:17-19).
Em segundo lugar, José reconhecia que sua vida, repleta de eventos dramáticos, estava sob o controle da soberana providência divina. Ele compreendia que, embora seus irmãos tivessem feito mal a ele, Deus estava por trás de todos os acontecimentos, inclusive usando o sofrimento como um meio proveitoso para José.
Por fim, José tomou a decisão de retribuir o mal com o bem. Embora seus irmãos o tivessem prejudicado, José cuidaria deles, de suas esposas e de seus filhos até o fim de seus dias. Nesse aspecto, José agia como um tipo de Cristo que, na cruz, orou ao Pai por seus algozes, dizendo: “Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem” (Lucas 23:34).
Ao observarmos a maneira como José enxergou e respondeu ao mal, somos encorajados a não nutrir vingança nem amargura em nosso coração. Tais sentimentos nos causarão um grande prejuízo! A amargura é um veneno que, aos poucos, consome aqueles que a carregam.
O nosso chamado é para entregar nossa causa nas mãos de Deus, confiar em Sua providência e tomar a decisão de, como cidadãos do Reino de Deus, retribuir o mal com a prática do bem.
Na carta aos Romanos, o apóstolo Paulo nos exorta da seguinte forma: “Não retribuam a ninguém mal por mal. Procurem fazer o bem perante todos. Façam o possível para viver em paz com todos. Amados, nunca se vinguem, mas deixem com Deus a ira, pois está escrito: ‘Minha é a vingança; eu retribuirei’, diz o Senhor.” Pelo contrário, “se o seu inimigo tiver fome, dê-lhe de comer; se tiver sede, dê-lhe de beber. Fazendo isso, você amontoará brasas vivas sobre a cabeça dele”. Não se deixem vencer pelo mal, mas vençam o mal com o bem (Romanos 12:17-21).
Perguntas para reflexão:
- Como a perspectiva de José sobre a providência divina influenciou sua resposta aos seus irmãos?
- O que podemos aprender com a decisão de José de não tomar o lugar de Deus e vingar-se de suas injustiças?
- Como podemos resistir à tentação da vingança e escolher o caminho do perdão e do bem?
Oração
Ore para que Deus nos ajude a imitar a postura humilde de José, lembrando que a vingança pertence ao Senhor. Peça a Ele que nos livre de qualquer amargura ou ressentimento.
Peça a Deus para nos dar um entendimento de Sua soberania e providência em todas as circunstâncias da vida. Que reconheçamos que mesmo nos momentos difíceis, Deus está trabalhando para o bem daqueles que O amam.
Ore para que sejamos capacitados a retribuir o mal com o bem, seguindo o exemplo de Cristo e de José, e assim, ser um testemunho vivo do Reino de Deus.