Eclesiastes – introdução detalhada
O livro de Eclesiastes é uma meditação profunda sobre a natureza efêmera da vida e a busca por significado em
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1 Pedro 5:6-11, Um Importante Recado aos Ansiosos
Nesses versos, Pedro oferece valiosos recursos para ajudar a lidar com a angústia, o medo e a ansiedade dos cristãos perseguidos por causa de sua fé. Pedro compreende que há uma luta espiritual ocorrendo e que não resta ao filho de Deus outro caminho a ser entregar sua causa ao Deus que governa a história, na certeza de que ele exaltará seu povo.
Os sofrimentos estavam causando um grande estrago entre o povo de Deus. Como pastor fiel que era, Pedro compreendia que é difícil suportar por muito tempo as ofensas, as perdas financeiras e as perseguições injustas. Muitos cristãos estavam desanimados e abatidos. Para descrever a condição da alma e das emoções de suas ovelhas, Pedro faz uso de uma palavra muito forte, usada nos matadouros e sacrifícios religiosos, onde a carne dos animais era cortada em vários pedaços. Era como se os cristãos estivem se sentindo fatiados. Os corações do povo de Deus estavam sobrecarregados e abatidos.
Pedro, então, lhes oferece um antídoto eficaz para combater as angústias da alma trazidas pela ansiedade.
Em primeiro lugar, Pedro orienta a todos os abatidos e sobrecarregados a irem à presença de Deus em humildade. No início do verso 6, Pedro convoca os preocupados a se submeterem a Deus. Seu argumento é convincente. Pedro nos relembra que Deus é poderoso. Esse atributo de Deus, como descrito no Salmo 139, descreve a soberania de Deus criando a partir do nada e determinando todas as coisas. Pedro compreende que, quando buscamos perseverantemente a face do Deus de poder e mão forte, nossos temores adquirem nova perspectiva. Deus cresce aos nossos olhos e os problemas perdem o poder de causar dano definitivo ao nosso coração.
Em segundo lugar, Pedro crê que haverá o tempo em que os problemas serão varridos da história humana. Ele segue seu raciocínio, ainda no verso 6, argumentando que os que sofrem e buscam, em humildade, a face do Deus de poder, serão exaltados. Pedro acredita que, ainda que muitos não vejam a solução de alguns problemas nessa vida, certamente verão na nova vida que será concedida quando estivermos com o Senhor. Pedro é um pastor que depende da soberania de Deus e convoca os cristãos a descansarem nessa bendita verdade. Haverá o tempo oportuno, o momento adequado e a hora certa em que Deus intervirá para dar fim a toda dor e exaltar seu povo.
Em terceiro lugar, Pedro convoca o povo a depositar diante de Deus, através da oração, toda preocupação que rasgava os corações. Diante da revelação de que Deus é poderoso e possui o tempo certo e determinado para erradicar a dor e exaltar seu povo, Pedro, no verso 7, conduz as sofridas ovelhas de Cristo às fontes de descanso. Estimula todos nós a depositarmos toda dor e preocupação àquele que tem poder para lidar com elas. Pedro nos estimula a lançarmos a Deus toda ansiedade. É importante lembrar que a Igreja vivia tempos difíceis, sofrendo severa perseguição, confisco de bens, separação de famílias e martírio. Tudo isso gerava grande preocupação no coração de todos.
Em quarto lugar, Pedro garante que vale a pena ir à presença de Deus, pois os crentes já recebem seu cuidado no dia a dia. No fim do verso 7, Pedro usa o verbo no tempo presente, afirmando que Deus tem cuidado de nós. É a bela descrição de um pastor apascentando ovelhas em perigo. A mesma imagem está presente no Salmo 23, que assegura que, sob os cuidados de Deus, todas as ovelhas estarão em segurança. Na vivência diária recebemos o cuidado providencial de Deus em todos os detalhes. Além da salvação recebida pela fé na obra de Jesus Cristo, do perdão de todos os pecados, de termos sido inseridos à família de Deus e da garantia de salvação eterna, Pedro já havia dito no capítulo 1, versos 16 a 19 que, inclusive as provações são bênçãos de Deus para nós, pois nos moldam, amadurecem e aprimoram. Até a perseguição e provação estão debaixo da providência soberana daquele que governa céus e terra, e servem para um fim proveitoso. Além das provações, não podemos desconsiderar que Deus zela de seu povo com bênçãos diárias em tempos de bonança, como saúde, trabalho, família e a paz, que é resultado de nossa esperança futura.
Em quinto lugar, Pedro chama nossa atenção para um inimigo muito sério, que não é percebido pelos olhos e ouvidos. Pedro compreende que os cristãos enfrentavam o próprio Diabo, o grande adversário de nossas vidas, aquele que é poderoso e que veio para matar, roubar, destruir e causar divisões e intrigas (João 10:10). Paulo argumentou que nossa luta não é contra carne, nem sangue, mas contra dominadores deste mundo marcado pela queda (Efésios 6:12). O Diabo é astuto, não descansa, usa as tentações para sobrecarregar e desestimular o povo de Deus. O Diabo procura roubar a alegria que nutrimos pela Palavra de Deus (Lucas 8:5,12), atormenta pessoas rancorosas e amarguradas (Efésios 4:26-27; 2 Coríntios 2:5-11), semeia contendas entre pessoas e sobrecarrega corações com amor pelo mundo (Tiago 4:7). Além de tudo isso, o Diabo procura minar a fé e desestimular os cristãos que enfrentam o sofrimento e o aperto.
Note que Pedro chama os cristão à sobriedade e à vigilância, pois o Diabo é um leão que ruge à procura de alguém para devorar. Essas expressões, relacionadas ao Diabo, se referem à sua força, astúcia e poder de destruição. Cristãos não podem se esquecer que seu adversário não descansa, é astuto, poderoso e se aproveitará de toda circunstância para destruí-los.
Em sexto lugar, Pedro oferece as armas para combater esse astuto, poderoso e faminto adversário. Para vencê-lo são necessárias três munições.
A primeira delas é manter a mente e o coração alerta e vigilante. No início do verso 8, Pedro orienta os cristãos a serem sóbrios e vigilantes. Isto significa ter atenção redobrada aos sinais das tentações promovidas pelo diabo, como as intrigas, conflitos relacionais, divisões e, no contexto de Pedro, as perseguições que tinham como propósito desanimar e levar o povo ao desespero.
A segunda munição que devemos usar na resistência ao diabo é a perseverança na fé. No início do verso 9, Pedro compreende que nossa luta contra o diabo não envolverá ataque, mas uma consistente defesa. Essa defesa é a fé. A fé, no contexto da carta de Pedro, é a confiança perseverante na verdade de que Deus é soberano, possui o poder sobre todas as circunstâncias difíceis, utiliza as lutas e provações para um fim proveitoso e exaltará a todos os que sofrem injustamente pelo nome de Jesus. Permanecer firmado nessas verdades garantiria vitória aos cristãos sobre o inimigo de suas almas. Tiago 4:7 diz:
sujeitem-se a Deus, mas resistam ao diabo, e ele fugirá de vocês.
A terceira e última munição na resistência ao diabo é saber que não estamos sozinhos nessa luta. Na segunda parte do verso 9, Pedro argumenta aos cristãos que é preciso abrir os olhos e enxergar que há muitos outros irmãos enfrentando lutas severas. Essa visão gerará humildade e dependência de Deus, criará compaixão por outros que sofrem, nos previnirá do vitimismo e gerará em nós um sentimento de pertencimento a um povo, que é a Igreja de Jesus. Fazemos parte da comunidade dos remidos, fomos inseridos à família de Deus, temos irmãos que sofrem como nós e estão espalhados pelo mundo afora. Não estamos sozinhos na resistência ao diabo. Vale a pena continuar perseverante na fé e firme no combate até recebermos a coroa da justiça (2 Timóteo 4:6-8).
Em último lugar, Pedro conclui nos versos 10 e 11 com um poderoso consolo, afirmando que o Deus da graça dará vitória a todos que sofrem. Pedro compreende que Deus está aperfeiçoando seu povo através das lutas e garante que o próprio Jesus Cristo, que também enfrentou e venceu severas provações, conduzirá seu povo a eternidade, porque a ele pertencem todo domínio e reinado para todo o sempre.
Aproveite os benefícios de ir à presença de Deus em dias de dificuldade e aflição. Deus é poderoso e deseja guardar nossas mentes e corações através da paz que excede todo o entendimento. Não permita que o desespero te afaste da presença de Deus, antes, vá a Deus e conheça seus atributos. Você adquirirá uma nova perspectiva do problema e receberá forças para enfrentá-lo com mais perseverança.
Entregue a Deus todos os seus medos e apreensões. Ele proverá o necessário para vencer a cada dia e te sustentará com sua presença fiel. Lembre-se diariamente que você tem sido cuidado através de várias manifestações da bondade graciosa, como o perdão de pecados, a presença do Espírito Santo, a garantia da vida eterna e a convicção de que “nossa leve e momentânea tribulação produz para nós um eterno peso de glória, acima de toda comparação (2 Coríntios 4:17).”
Encare o combate diário com os olhos no verdadeiro inimigo de nossas almas. Ele é astuto, sagaz, feroz e faminto. Resista ao diabo tendo a visão na obra perfeita de Jesus, que garantiu o perdão dos pecados do passado, presente e futuro. Além do perdão, Jesus nos concedeu seu Espírito, que sustenta em toda a jornada, e garantiu também a ressurreição para a vida eterna. Ficar focado nessas verdades, enquanto entregamos a Deus nossos problemas e crescemos no conhecimento e intimidade com Sua Palavra, nos concede a melhor defesa para que, no tempo certo, o diabo fuja de nós.
Confie que Deus está usando todas as coisas para seu bem. Em breve a vitória final chegará e o último inimigo, que é a morte, será envergonhado. O retorno do Deus de glória, que possui domínio sobre todas as coisas e estabelecerá seu reino de justiça para sempre, está próximo. Fortaleça-se e console-se na esperança eterna, pois ela é eficaz para guardar nossa vida do desespero e angústia.
Por fim, lembre-se que você não está sozinho na batalha. Outros irmãos sofrem em razão de sua fé em Jesus Cristo ou pelas consequências de se viver nesse mundo amaldiçoado pelo pecado. Atente-se para a necessidade de orar pelos que sofrem e socorrê-los para que a angústia não lhes roube a alegria da salvação pela fé em Cristo.
Deus, são tantas as razões que abatem meu coração. Há nesse mundo desemprego, fome, diversos tipos de desigualdade, doenças cruéis e fatais, violência, luto, pestes, terremotos e perseguições. Guarde meu coração pela força do Teu poder. Livra-me a alma de cair nas teias da ansiedade e do desespero. Ajuda-me na luta contra o maior adversário e não permita que eu tire os olhos da recompensa que me aguarda – a vida abundante, perfeita e gloriosa em Tua presença. Sei que não estou sozinho no combate e que há muitos que sofrem nesse momento. Oro por eles também e peço um coração compassivo para socorrê-los quando precisarem de mim. Em Cristo Jesus, amém.
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