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TOUR PELAS ESCRITURAS DO ANTIGO TESTAMENTO

 

Compreender a Bíblia é um grande desafio para a maioria de nós. As razões são as mais diversas, como a dificuldade em fazer o correto uso das regras gramaticais da nossa língua materna, como verbos, conjunções, preposições e adjetivos; o desconhecimento das ferramentas básicas para interpretar um texto, a tendência em ler versículos desconectados do propósito original do autor, os pressupostos pessoais e religiosos que carregamos, e o desejo de que o texto ofereça rapidamente  orientação, consolo e solução para os mais variados problemas que enfrentamos no dia a dia.

Embora a Bíblia seja a palavra inspirada por Deus e dotada de autoridade para nos mostrar a verdade para a salvação, denunciar nossa rebelião, corrigir nossos erros, ensinar como viver o caminho da Verdade e nos tornar maduros, é necessário a compreensão de alguns princípios, a fim de compreendê-la com fidelidade. Vamos conhecer ou relembrar o que é a Bíblia, seu propósito, sua divisão, temática e gêneros literários. 

 

ATERRISSANDO NAS ESCRITURAS

A Bíblia é um compêndio de 66 livros, divididos em 2 alianças, que são popularmente conhecidos como Antigo e Novo Testamento. A primeira aliança, que é o Antigo Testamento, possui 39 livros, e vão de Gênesis e Malaquias. 

É importante definir, desde já, uma fundamental regra ou chave de interpretação: todo Antigo Testamento aponta para Jesus, o filho que nasceria de uma virgem e entregaria sua vida inocente para que a justiça de Deus fosse realizada, a fim de resgatar um povo que se tornou amaldiçoado pelo pecado. ANOTE E DECORE ESSA DICA VALIOSA!

Todo o Antigo Testamento é marcado por promessas, sombras, tipos e símbolos que se cumpriram plenamente através da vida e obra de Jesus. 

 

Um exemplo do princípio de que o AT é repleto de promessas, sombras, tipos e símbolos que se cumpriram em Jesus: 

Após a queda em pecado, Adão e Eva fizeram roupas de plantas para se vestir. Deus, entretanto, realizou o sacrifício de um animal inocente, derramou seu sangue e, de sua pele, fez roupas e vestiu Adão e Eva. Esse animal inocente, morto em Gênesis 3:21, já apontava para o sacrifício do Cordeiro de Deus que tiraria o pecado do mundo (João 1:29). Outro exemplo de que todo o Antigo Testamento aponta para Jesus pode ser visto no Tabernáculo, que foi a tenda que Deus revelou a Moisés (Êxodo 25-31) e ficava no meio das tribos de Israel, enquanto caminhavam pelo deserto por um período de 40 anos. Todo o Tabernáculo é a tipificação de Jesus, que é o Deus encarnado habitando entre seu povo (João 1:14). Jesus é Deus tabernaculando (fazendo morada) entre seu povo.

A segunda aliança, que conhecemos como Novo Testamento, conta com um total de 27 livros. Uma vez que a primeira aliança, o Antigo Testamento, aponta para o Jesus que nasceria e salvaria um povo da maldição do pecado, o Novo Testamento fala a respeito do Jesus que veio, cumpriu todas as promessas e expectativas a ele relacionadas, e aplica as implicações de sua obra salvadora à vida da Igreja recém instituída pela habitação do Espírito Santo.

 

UM PROPÓSITO MARAVILHOSO

A Bíblia é um livro que tem como temática a revelação do amor de Deus, que é o Senhor de um Reino perfeito e que, através de Jesus Cristo, seu filho, resgata pecadores, reconecta-os à vida abundante, garante-lhes o perdão de todos os pecados, a esperança da ressurreição dentre os mortos e a vida eterna nos novos céus e nova terra, que será trazida pelo retorno glorioso de Jesus.

 

INSPIRAÇÃO E AVANÇO

A Bíblia foi escrita em cerca de 1600 anos, por mais de 40 autores diferentes. Muitos desses autores viveram em momentos diferentes, em culturas distintas, e alguns não possuíam conhecimento dos escritos dos outros. 

Ainda assim, a mensagem da Bíblia não se contradiz ou foge da temática central. A razão disso é que, ainda que a Bíblia tenha sido escrita por homens, ela é um livro divino. Deus é o autor de sua Palavra. Chamamos isso de Inspiração. Enquanto homens escreviam as escrituras, Deus estava inspirando e evitando que o erro humano fosse adicionado. 

Primeiramente, porém, saibam que nenhuma profecia da Escritura provém de interpretação pessoal; porque nunca jamais qualquer profecia foi dada por vontade humana; entretanto, homens falaram da parte de Deus, movidos pelo Espírito Santo (2 Pedro 2:20-21).

A Bíblia é um livro de desenvolvimento progressivo. Idéias, termos, definições e teologia que não aparecem de foram clara no início, ao longo da mensagem bíblica são desenvolvidas e vistas com clareza. 

O projeto de salvação através da Cruz não foi revelado com clareza em Gênesis 3:15. Contudo, está ali de forma embrionária e, na medida em que a Bíblia vai sendo escrita e seu desenvolvimento vai acontecendo, a revelação da vida, obra e ministério de Jesus, vai se tornando cada vez mais nítido. Veja esse princípio revelado em alguns textos:

 

Gênesis 3:15 – A Promessa do Descendente:

Após a primeira transgressão, Deus fala a Adão e Eva sobre a futura redenção. Em Gênesis 3:15, Ele diz: “Porei inimizade entre você e a mulher, entre a descendência dela e o seu descendente. Este ferirá a sua cabeça, e você ferirá o calcanhar dele.” Essa é a primeira promessa de um Descendente (Jesus) que derrotaria o mal.

 

Gênesis 22 – O Sacrifício de Isaque:

No episódio de Abraão e Isaque, vemos uma imagem da futura obra de Jesus na Cruz. Abraão estava disposto a sacrificar seu filho, mas Deus providenciou um cordeiro como substituto. Isso aponta para o sacrifício substitutivo de Jesus na Cruz, onde Ele é o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo.

 

Êxodo 12 – O Cordeiro Pascal:

A Páscoa judaica, conforme descrita em Êxodo 12, é uma imagem vívida da futura libertação que Jesus traria. O cordeiro pascal sem defeito que foi sacrificado e seu sangue aspergido nas portas das casas dos israelitas prenuncia o Cordeiro de Deus cujo sangue nos liberta do pecado e da morte.

 

O Tabernáculo e o Templo:

O sistema sacrificial no Antigo Testamento, com o Tabernáculo e posteriormente o Templo, também aponta para a necessidade de um sacrifício pelo pecado. O Santo dos Santos, onde o sumo sacerdote entrava apenas uma vez por ano, simbolizava a separação entre Deus e o homem devido ao pecado. Jesus, como Sumo Sacerdote e Cordeiro, aboliu essa barreira na Cruz.

 

Isaías 53 – O Servo Sofredor:

Isaías 53 é um dos capítulos mais profundos sobre a revelação do Messias. Ele descreve um “Servo Sofredor” que carregaria nossas transgressões e feridas. Versículos como “Ele foi ferido por causa das nossas transgressões, e moído por causa das nossas iniquidades” (Isaías 53:5) indicam claramente o sacrifício vicário de Jesus na Cruz.

À medida que a revelação progride através desses e de outros exemplos na Bíblia, a imagem de Jesus e da Cruz se torna mais nítida e completa. Quando chegamos ao Novo Testamento, vemos Jesus como o cumprimento de todas essas promessas e símbolos, revelando plenamente o plano de redenção de Deus para a humanidade por meio de Sua morte e ressurreição na Cruz. A Bíblia é verdadeiramente uma história de redenção que se desdobra ao longo das páginas, culminando na obra salvífica de Jesus Cristo.

 

DIVISÃO E PANO DE FUNDO DO ANTIGO TESTAMENTO

A Bíblia, como a maioria de nós a tem em mãos, não está em ordem cronológica, mas em ordem temática ou tópica. No Antigo Testamento, contamos com 4 grandes blocos temáticos, sendo: Pentateuco, que vão de Gênesis a Deuteronômio e contam com 5 livros; livros Históricos, que vão de Josué a Ester e contam com 12 livros; livros Poéticos e de Sabedoria, que vão de Jó a Cantares e contam com 5 livros; e livros Proféticos, que vão de Isaías a Malaquias e contam com 17 livros.

O Pentateuco nos apresenta a criação do mundo (Gênesis 1), o ideal de Deus para a família (Gênesis 2), a entrada do pecado na humanidade e suas consequências (Gênesis 3), o primeiro homicídio (Gênesis 4), o juízo planetário de Deus através do Dilúvio (Gênesis 6-10), a separação das línguas humanas em Babel (Gênesis 11), a aliança de Deus com Abraão e as promessas de salvação de um grande povo (Gênesis 12-21). Além disso, Israel nasce como nação (Êxodo 1), é libertado da escravidão no Egito (Êxodo 12),  conduzido por Deus no deserto pelo período de 40 anos (Êxodo 13 a Deuteronômio), recebe a Lei (Êxodo 19 a Deuteronômio), constrói o Tabernáculo (Êxodo 25 a 40) e é dirigido à entrada da Terra da Promessa (Deuteronômio).

Os livros históricos registram a entrada e o estabelecimento do povo de Deus na terra da promessa sob o comando de Josué e de como eles fracassaram em viver debaixo do reinado de Deus. O fracasso e a desobediência dos israelitas são descritos nos livros de Juízes a Ester. É nesse período, com o povo já estabelecido na terra prometida, que ocorre a maior parte das mensagens registradas pelos profetas.

O período dos livros poéticos e de sabedoria, que vão de Jó a Cantares, também se dá na mesma época do período de Israel já estabelecido na Terra da Promessa. Os livros de sabedoria e de poesia trazem orientações para um viver sábio sob o reinado de Deus, revela-nos sobre como enfrentar o sofrimento e nos presenteiam com as diversas experiências dos salmistas com Deus, com os inimigos e com as emoções humanas. 

Os livros proféticos, que vão de Isaías a Malaquias, nos trazem uma mensagem que foi, em sua maioria, proferida no período dos livros históricos. 

Israel foi desobediente em viver fielmente a Aliança de Deus e se misturou com práticas abomináveis das nações vizinhas. Os profetas convocavam o povo ao arrependimento e obediência a Aliança. Caso Israel não se arrependesse, Deus os visitaria com juízo. Ainda que boa parte da mensagem dos profetas tivesse uma natureza confrontadora, eles não deixaram de proclamar a esperança de renovação. Os profetas possuíam a convicção que Deus visitaria e salvaria seu povo por meio do renovo de Davi, o Messias prometido, o servo sofredor (conforme Isaías 53).

Muitos profetas foram perseguidos e mortos por causa da natureza de sua mensagem.

 

GÊNEROS LITERÁRIOS

Os escritos do Antigo Testamento são uma coleção de textos que abrange uma variedade de gêneros literários. Os principais gêneros literários encontrados no Antigo Testamento incluem:

  • Narrativa: Grande parte dos 39 primeiros livros das escrituras consiste em narrativas. Esse gênero literário muitas vezes descreve eventos históricos, como a jornada do povo de Israel, as ações dos profetas, juízes, sacerdotes e reis.
  • Lei: O Pentateuco (os primeiros cinco livros da Bíblia, Gênesis a Deuteronômio) contém leis e regulamentos morais, religiosos e civis dados por Deus a Moisés.
  • Poesia: O Antigo Testamento contém muita poesia hebraica. Os Salmos são uma coleção de poesias e cânticos. Além disso, o livro de Jó, partes de Provérbios, Eclesiastes e Cantares de Salomão também são poéticos em natureza.
  • Profecia: Os profetas do Antigo Testamento transmitiram mensagens recebidas por Deus em forma de profecias. Isso inclui livros como Isaías, Jeremias, Ezequiel, Daniel e outros. Os profetas frequentemente usavam linguagem poética e simbólica para transmitir suas mensagens, além de incluírem também narrativas.
  • História: Além das narrativas, a Bíblia também contém relatos históricos, como o livro de Esdras, que descreve o retorno dos exilados judeus a Jerusalém, e o livro de Crônicas, que revisita a história de Israel.
  • Sabedoria: Os livros de sabedoria, como Provérbios e Eclesiastes, contêm ensinamentos sobre moral, ética e sabedoria prática para a vida cotidiana.

 

 

 

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