Eclesiastes – introdução detalhada
O livro de Eclesiastes é uma meditação profunda sobre a natureza efêmera da vida e a busca por significado em
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Nos versos 7 a 12, Paulo fala sobre o amor de Jesus Cristo pelos eleitos do Pai. Sua intenção é revelar que, na eternidade, dentro do conselho da Trindade, o Filho se voluntariou graciosamente para morrer pelos pecados, a fim de nos purificar de toda injustiça, nos perdoar, libertar e criar em nós olhos espirituais para enxergarmos que ele é o centro para o qual todas as coisas convergem. Além disso, o plano eterno da Trindade estabeleceu que, através da obra do Filho no Calvário, Jesus nos conquistaria para o Pai, transformando-nos em herança de Deus.
Seguimos na exposição de Efésios 1:3-14, que compõe uma única sentença gramatical. Nos versos 3 a 6, Paulo fala sobre o amor de Deus Pai, que nos alcançou na eternidade, através da eleição soberana. Agora, nos versos 7 a 12, Paulo discorre sobre o amor do Deus Filho, nosso Senhor Jesus Cristo que, no decreto da Trindade, livre e gratuitamente se rendeu à vontade do Pai, a fim de derramar sangue perfeito em nosso lugar, para nos resgatar da maldição do pecado. A obra de Jesus Cristo é preciosa e é a responsável por nossa libertação.
Em primeiro lugar, Paulo diz que Jesus quitou nossa dívida. O verso 6 termina com a palavra Amado, referindo-se a Jesus Cristo, o filho unigênito do Pai. O Amado pelo Pai realizaria uma obra extraordinária, fazendo a redenção pelos pecados dos eleitos. Redenção significa o pagamento de uma dívida. Era uma expressão muito utilizada no contexto da compra de escravos e libertação de uma situação de miséria e morte.
A primeira aliança, conhecida também como antigo testamento, já mostrava que animais inocentes precisariam morrer para substituírem pecadores. Logo após a queda de Adão e Eva em pecado, Deus sacrificou um animal inocente, derramando sangue para vesti-los (Gn 3:121). Em Gênesis 22, Deus também proporcionou um cordeiro inocente que foi morto no lugar de Isaque. Em Êxodo, Deus estabeleceu a Páscoa para libertar seu povo da escravidão do Egito. Na ocasião da Páscoa, cada família de israelitas sacrificou um animal e passou o sangue nos umbrais e verga das portas, a fim de que os primogênitos fossem preservados da morte (Ex 11-12). Deus também concedeu a Moisés a revelação de Levítico, onde há toda a normatização dos sacrifícios que seriam oferecidos para a redenção dos pecados. O profeta Isaías nos disse que um Cordeiro, que é o servo sofredor, seria levado ao matadouro sem abrir a boca, a fim de resgatar uma multidão para o Pai (Is 53). João Batista, primo de Jesus, ao vê-lo passar, disse que ali estava o Cordeiro de Deus que tiraria o pecado do mundo (Jo 1:29). A carta aos Hebreus nos informa que sem derramamento de sangue não há perdão para os pecados (Hb 9:22). Toda a escritura bíblica é saturada da mensagem de que é necessário a morte de um inocente para que culpados sejam substituídos e experimentem a redenção pelos pecados.
Em Efésios 1:7, Paulo relaciona a redenção e remissão ao sangue de Jesus. Ele argumenta que, na eternidade, o Filho amado do Pai voluntariamente se entregou para o projeto da Cruz e Ressurreição. Jesus graciosamente se dispôs para pagar a dívida requerida pelo pecado e libertar um povo da morte espiritual, da condenação, da culpa e da prisão do pecado (Rm 3:24-26). É nesse sentido que a Bíblia fala do sangue do Cordeiro que foi conhecido antes da fundação do mundo e no tempo certo da história conhecido pela humanidade (1 Pe 1:18-20).
Jesus Cristo quitou nossa dívida, pagou nossa culpa ao se fazer maldição em nosso lugar e receber todo o cálice da ira de Deus que seria despejado como punição pelos pecados. Jesus comungou da natureza humana, foi tentado em todas as coisas, à nossa semelhança, mas sem pecado (Hb 4:15). Jesus viveu vida perfeita, voluntariamente entregou sua vida e pôde dizer na Cruz antes de morrer: está pago! (João 19:30) Ao oferecer sacrifício substitutivo perfeito, Jesus nos livrou da condenação do Inferno, resgatou-nos da maldição da morte e nos libertou da prisão do pecado. Seu sangue derramado garantiu nossa redenção.
Em segundo lugar, Paulo argumenta que Jesus também nos libertou. A palavra remissão carrega o sentido de libertação. São libertados todos os que foram redimidos pela obra substitutiva de Jesus. Aqueles por quem Cristo derramou sangue e ofereceu sacrifício perfeito foram libertados da culpa, da condenação, do poder e, na consumação de todas as coisas, da presença do pecado. Através de sua obra, Jesus quebrou as algemas do pecado e nos libertou para termos condições de viver para a glória de Deus. O pecado já não tem mais domínio sobre os que estão em Cristo.
Em terceiro lugar, Jesus nos revelou a vontade do Pai. No verso 8, Paulo argumenta que a obra de Jesus nos mostrou a sabedoria e o entendimento de Deus Pai. O projeto elaborado na eternidade e que implicou a vida perfeita de Jesus, sua morte na cruz, ressurreição, ascensão e exaltação demonstra que o pecado sempre foi algo sério para o Pai. Deus é justo e também amoroso. A forma como a justiça e o amor de Deus se harmonizam são vistas através da obra do Filho. Ao oferecer sacrifício perfeito, Jesus satisfaz a ira justa de seu Pai; ao ser o substituto de um povo escolhido na eternidade, o amor do Pai pôde ser manifestado em salvação. Somente o conhecimento perfeito e a sabedoria ilimitada de Deus poderiam elaborar um projeto como esse e somente a pessoa perfeita de Jesus, o Deus-homem, poderia executar e revelar essa gloriosa sabedoria do Pai.
Nos versos 9 e 10, Paulo segue argumentando sobre outro elemento da obra de Jesus em revelar a vontade do Pai. Ao lermos as páginas do antigo testamento, a obra de Jesus é vista por meio de símbolos, tipos e diversas inferências e pistas, mas ainda é, em parte, obscura. Não há revelação clara o suficiente para construirmos todos os detalhes da obra de Jesus através das páginas dos 39 primeiros livros Bíblia. A primeira aliança é, em boa parte, marcada pela presença do mistério de Deus. Mas, por meio da encarnação de Jesus no tempo certo da história e de sua obra, todas as dúvidas foram dissipadas e a vontade de Deus foi plenamente revelada. Jesus é claramente visto como o cumprimento de todas as expectativas dos santos do Antigo Testamento. Compreendemos toda essa bela revelação quando Jesus Cristo nos concede discernimento espiritual para vermos, com os olhos do coração, a importância de sua obra e as implicações para nossa vida.
Outro aspecto da vontade de Deus que nos foi revelada por meio de Jesus, é que ele não somente é responsável por nossa redenção e remissão, mas também foi eleito por seu Pai como o centro do universo, aquele que preenche todas as coisas, que recebeu poder para governar o universo visível e invisível, as coisas do presente e a realidade do que ainda virá.
Em quarto lugar, Jesus nos fez a herança de seu Pai. No verso 11, Paulo argumenta que, em Cristo, fomos feitos herança de Deus Pai. Uma outra tradução traz a expressão herdeiros de Deus. Em síntese, o que Paulo nos diz é que fomos contemplados com todos os benefícios do sucesso da obra de Jesus. Além de termos recebido o perdão dos pecados e de termos sido libertados de seu poder, fomos adotados por Deus e inseridos em seu reino de amor, podendo chamá-lo de nosso Pai. Temos também a garantia de que Deus nos trata como seu tesouro precioso e seu povo amado. Isso implica que Deus nos protege, nos sustenta, nos livra do maligno e nos guarda nele para a salvação até o fim. Por fim, o fato de termos sido feitos herança do Pai nos traz a garantia de que todas as bênçãos concedidas a Jesus também são destinadas a nós. Ressuscitaremos, receberemos um corpo de glória e desfrutaremos, na presença de Deus, da eternidade nos novos céus e nova terra.
A obra perfeita de Jesus Cristo nos concedeu 5 benefícios que alcançam e nossa vida para a batalha diária.
Em primeiro lugar, fomos libertados da condenação do pecado. Jesus assumiu nosso lugar e recebeu a condenação do pecado para que não haja mais condenação para nós. Estamos limpos diante de Deus, justificados em sua presença. Quando Deus olha para nós, vê o sacrifício perfeito de seu filho. Somos convocados a uma vida leve, sem o peso da culpa, do medo e do juízo, pois fomos alforriados, passamos da morte para a vida e não entraremos mais em condenação.
Em segundo lugar, fomos libertados da culpa do pecado. Jesus Cristo aniquilou a possiblidade do pecado nos tornar condenáveis novamente. Estando em Cristo, dependentes de sua obra e de sua graça, jamais experimentaremos a condenação eterna. Podemos viver libertados da prisão da consciência em razão dos erros que cometemos no passado e da culpa auto-imposta pelo mal que causamos às pessoas. Deus nos convoca a, no que estiver ao nosso alcance e for possível, fazermos a reparação de danos que causamos aos outros mas, acima de tudo, vivermos como nova criação em sua presença, uma vez que as coisas antigas se passaram e tudo se fez novo.
Em terceiro lugar, fomos libertados do poder do pecado. Essa é uma das mais preciosas notícias decorrentes da obra de Jesus Cristo. Fomos libertados do cárcere que nos aprisionava à pratica do pecado. Embora saibamos que o pecado será erradicado completamente somente com o retorno de Jesus para consumar todas as coisas, temos a certeza de que ele não tem mais poder para nos aprisionar em comportamentos de dependência e morte. Antes da conversão, era impossível não pecar. Depois da conversão é possível não pecar. Não estamos falando de perfeição, mas poder viver e experimentar libertação da rotina escravizante do pecado. Aquele que roubava agora possui condições de trabalhar e socorrer pessoas em necessidade. A pessoa antes escravizada a maledicência e calúnia agora possui o poder do Espírito Santo para usar seus lábios como instrumentos de graça e cura. Aquele que era escravizado a pecados de natureza sexual, agora pode viver em pureza e conformidade à vontade de Deus.
Em quarto lugar, Jesus Cristo nos concedeu condições de conhecer a vontade de Deus Pai. Tudo o que antes era oculto foi revelado, o que estava obscuro agora está iluminado. Além de podermos ler a Palavra de Deus com discernimento, sabemos ainda que Jesus foi eleito por seu Pai a pessoa mais importante do universo. Ele recebeu autoridade sobre as realidades visíveis e invisíveis (Cl 1:15-20). Ele é o alfa e o ômega, o princípio e o fim, aquele que governa sobre tudo e sobre todos (Ap 1:8, 22:13). Nele somos, existimos e nos movemos (At 17:28). Sendo assim, nossa vida deve ser centrada em Cristo, em conhecê-lo e desfrutar de relacionamento com ele através da intimidade com sua palavra, com a oração e com a comunhão com seu povo. Qualquer estilo de vida que não tenha como centro o conhecimento de Jesus Cristo e o desfrutar da intimidade com ele é tudo, menos vida para a glória de Deus.
Em quinto lugar, podemos viver em descanso e livres de preocupações que sequestram nossa paz e desejam nos levar ao desespero. Jesus nos fez herança de seu Pai. Somos co-herdeiros com o filho de Deus e nada poderá nos separar de seu amor (Rm 8:17, 31-39). Temos a garantia da presença de Deus nos sustentando diariamente e nos livrando do maligno. Além do mais, Deus garantiu que levará nossa salvação até o fim (Fp 1:6) e que concedeu a todos nós os méritos da obra de Jesus (Rm 6:5). Possuímos também a promessa de que habitaremos nos novos céus e na nova terra e de que seremos pastoreados por Deus por toda a eternidade (Ap 21:3-7).
Pai, obrigado pela incrível obra de Jesus Cristo a meu favor. Antes da fundação do mundo ele voluntariamente se submeteu à sua vontade, determinando que nasceria no tempo certo da história e se faria maldição em meu lugar. Obrigado, querido Jesus, por sua vida perfeita e por seu sangue derramado para pagar minha dívida, me libertar e garantir para mim a vida eterna.
Louvo ao Senhor, oh Deus, porque o pecado não tem mais poder para me aprisionar e nem me condenar. Hoje posso viver para cumprir Sua vontade e viver para tua glória.
Exaltado seja teu nome, pois Jesus garantiu para mim o sustento diário, a presença do seu santo Espírito, livramentos na luta contra o Maligno e a garantia do meu ingresso nos novos céus e na nova terra.
Que minha vida seja para louvor do teu nome e que as pessoas que me cercam vejam em mim as virtudes de um cidadão do Reino de Deus. Em Cristo, Amém.
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